Em virtude das constantes falhas de acesso, erros de protocolo e lentidão registrados no Processo Judicial Eletrônico (PJe) na Justiça Estadual, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) requereu ao Tribunal de Justiça (TJMT) a suspensão imediata do uso obrigatório do sistema nos juízos de primeiro e segundo graus, até que apresente condições de operacionalização, para que não provoque o perecimento de direitos.
O requerimento foi protocolado na última quarta-feira (20.06), sob redação da Comissão de Direito Eletrônico (Codel) da OAB-MT, diante das reclamações unânimes da advocacia de Mato Grosso.
Desde o início de junho, quando as falhas de funcionamento se tornaram crônicas no Estado, a OAB-MT vem mantendo contato com o Tribunal de Justiça para cobrar explicações sobre as avarias no sistema e providências que garantissem o restabelecimento do PJe nas comarcas nas quais está implantado.
No último dia 13, o presidente da Codel, Gonçalo Adão, reuniu-se com o presidente do Comitê Gestor do PJe, o juiz auxiliar da Presidência do TJMT, João Thiago Guerra, quando este explicou que o número de acesso ao sistema triplicou nos últimos três meses, mas que providências estavam sendo tomadas para o devido ajuste.
Porém, na sexta-feira (15.06), diante das reiteradas reclamações da advocacia, a OAB-MT protocolou novo pedido para que, dessa vez, fossem suspensos os prazos judiciais no PJe no período de 11 a 15 de junho, justamente pela falta de resolutividade dos problemas.
“Acontece que chegamos a uma situação caótica no acesso à justiça. Discutimos isso no Colégio de Presidentes e, consta da Carta produzida em Diamantino, que se faz necessária a suspensão da obrigatoriedade do uso do PJe no Estado até que o sistema apresente condições de operacionalização plena, pois o que está acontecendo é o perecimento de direito. O PJe é um caminho sem volta e a Ordem apoia a implantação do processo eletrônico. Porém, ele precisa ser inclusivo e não excludente do acesso à justiça como tem sido hoje. Como disse Lamachia, a advocacia precisa fazer faculdade de informática para operar esses sistemas”, reforçou o presidente da OAB-MT, Leonardo Campos.
No requerimento, a Ordem deixou claro que reconhece os esforços do TJMT para a solução definitiva da situação, “porém, a advocacia e o jurisdicionado encontram-se – diante das regulares inconsistências do sistema – com extrema dificuldade de acesso à justiça”, finalizou.